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Oposição decide manter Carlos Jordy na liderança do grupo da Câmara

Parlamentares se reuniram para discutir respostas ao STF depois de operação da PF contra deputado do PL.
(Foto: Agência Câmara)

Depois de ser alvo de busca e apreensão na Operação Lesa Pátria, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) foi reconduzido à liderança da oposição na Câmara dos Deputados em 2024.

A decisão foi anunciada na quarta-feira (24) por um grupo de deputados da oposição em coletiva de imprensa.

Até o anúncio da decisão, quem iria assumir a liderança da oposição na Casa seria o deputado Filipe Barros (PL-PR). Os parlamentares entenderam, porém, que reconduzir Jordy ao cargo seria um recado político.

“A oposição toda concorda que, ainda que tivesse um processo de transição acontecendo para uma nova liderança do deputado Filipe Barros, com o qual todos nós conversamos e ele mesmo disse que estava de acordo com esta decisão, que o deputado Carlos Jordy permaneça como líder da oposição. Conta com toda a nossa confiança”, afirmou o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS).

O anúncio foi feito depois de uma reunião dos parlamentares que articular ações contra os inquéritos movidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que investigam políticos com foro.

Eles alegam que os ministros têm cometido excessos e invadido prerrogativas do Legislativo e cobram uma ofensiva dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), contra a Suprema Corte.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo vice-presidente da Câmara, afirmou que o grupo vai se reunir com os presidentes das duas casas e líderes de todos os partidos em busca de uma união em defesa às prerrogativas do Judiciário.

“Para que não digam que é um assunto da oposição, há exageros contra a oposição e contra governistas, um desequilíbrio entre os Poderes, e requer ordem democrática para que o Congresso não seja desrespeitado por outro poder”, afirmou.

“Buscaremos os demais líderes, de oposição e situação, para exigir respeito aos deputados, a seus ambientes e a suas dependências. Tenho certeza de que o episódio encerrará essa situação e colocaremos limite a tudo o que está acontecendo, principalmente com ajuda dos presidentes Lira e Pacheco, que não faltarão com o Congresso Nacional”, cobrou.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), reforçou a cobrança a Lira e a Pacheco.

“É muito grave o que está acontecendo. Vamos definir uma pauta institucional no sentido de preservar e fortalecer prerrogativas no parlamento brasileiro. Há uma evidente hipertrofia de um poder sobre o Legislativo. Queremos tratar sobre as prerrogativas e o equilíbrio necessários aos Poderes da República”, afirmou.

O encontro reuniu cerca de 30 deputados do PL, Republicanos e Progressistas na liderança do Partido Liberal. Participaram também os senadores Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Izalci Lucas (PSDB-DF).

Lira chegou a ser convidado para o encontro, mas informou aos parlamentares que não estaria em Brasília na data. O presidente da Câmara chegou a conversar com Sóstenes e com Jordy sobre o assunto.

A oposição já havia tecido críticas à operação da Polícia Federal (PF) contra Jordy. Na semana passada, oito líderes da oposição no Senado Federal publicaram um manifesto conjunto que critica a operação da PF e coloca em dúvida a atuação de Moraes à frente das investigações sobre o 8 de Janeiro.

Operação contra Jordy
Carlos Jordy, líder da oposição na Câmara dos Deputados, foi um dos alvos da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, realizada no último dia 18. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do parlamentar na Câmara e em um endereço ligado a ele no Rio de Janeiro.

Segundo apurou a CNN, a suspeita é que Jordy tenha ajudado a coordenar atos antidemocráticos no Rio, incluindo um em Goytacazes, e bloqueio de rodovias. Demais alvos da operação, conforme verificou a CNN, são pessoas que ficaram acampadas em frente à 2ª Companhia de Infantaria em Campos dos Goytacazes.

A busca e apreensão nos endereços de Jordy foram pedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em entrevista aos jornalistas, Jordy voltou a dizer que é inocente e que a operação foi abusiva.

“Em momento algum eu incitei nada, não há nenhuma conversa minha, nenhum tipo de mensagem em que estou fazendo qualquer tipo de apoio”, afirmou o líder da oposição.

Com informações da CNN

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