A população rural do Paraná está menor – é o que mostram os dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desde a pesquisa anterior, realizada em 2010, o estado perdeu 268.626 habitantes na zona rural, uma queda equivalente a 17%.
De acordo com a última pesquisa no estado, mais de 1,2 milhão de pessoas vivem no campo. Isso significa que, atualmente, entre os 11,444 milhões de paranaenses, mais de 10,1 milhões vivem em áreas urbanas.
“Esse é um movimento que já vem acontecendo Censo após Censo, em todo o Brasil”, explica Flávio Schuller Oliveira, diretor do IBGE no Paraná.
Segundo especialistas, um dos fatores que contribuem para essa redução é a mecanização da produção, com o uso de máquinas cada vez mais avançadas.
Outro fator relevante é que regiões rurais passaram a apresentar características urbanas, o que permitiu que as pessoas morem nas áreas urbanas e trabalhem no campo.
Movimento inverso
O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo El Kadre, acredita que uma possível saída para diminuir os efeitos da escassez de trabalhadores rurais está no cooperativismo.
De acordo com o presidente, o movimento inverso já começou e pode se intensificar em breve, com o interesse dos trabalhadores das cidades em profissões rurais, ligadas à área de tecnologia.
“Acredito que, [por exemplo], se a cooperativa se unir para comprar um equipamento, dá condição para que o pequeno possa se tornar, talvez, um grande produtor”, afirma Marcelo.
Para o presidente, muita gente está vindo para a cidade estudar, para depois retornar para o campo.
“Um operador de drone, operador de máquinas modernas, é preciso ter conhecimento. E a remuneração é muito maior”, explica.