A tripulação do avião da Voepass, que caiu em Vinhedo na sexta-feira passada, 9, perdeu o controle da aeronave durante o voo em rota. A conclusão está no novo relatório do Cenipa – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, divulgado nesta quinta-feira. A conclusão anterior, divulgada logo depois do acidente, era de que a aeronave teria perdido altura subitamente, e colidido contra o solo, matando instantaneamente todas as 62 pessoas a bordo.
A atualização do Cenipa se baseou em dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites, da Universidade Federal do Alagoas, que identificou três possíveis cenários climáticos que podem ter contribuído para a queda do avião: turbulência, formação de gelo por ciclone extratropical, e fumaça de queimadas.
Assim, antes da queda, a aeronave ATR 72 enfrentou uma zona meteorológica muito crítica por nove minutos, com temperaturas de 40 graus abaixo de zero, e a partir daí, a velocidade do avião foi reduzindo progressivamente, até perder sustentação. O relatório final da FAB deve ficar pronto em 30 dias.
Em coletiva nessa quinta-feira, o Superintendente da Polícia Técnico Científica do Estado de São Paulo, Claudinei Salomão, também anunciou o fim dos trabalhos de identificação de todos os passageiros e tripulantes. Ele relatou que a posição dos corpos encontrados no local do acidente sugere que os passageiros foram alertados sobre a queda da aeronave. Isso porque a maioria estava na posição “brace”, com a cabeça entre os braços, recomendada para reduzir os impactos durante uma aterrissagem forçada. Segundo Salomão, essa posição ajudou no trabalho de perícia por digitais, uma vez que as mãos estavam intactas.
Nessa quinta-feira, conforme determinação da Senacon, Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Voepass entregou as informações solicitadas sobre o acidente aéreo de Vinhedo. Segundo a empresa, as medidas foram implementadas assim que o acidente foi constatado. Uma delas é o atendimento aos familiares das vítimas, que está sendo feito de forma presencial, em São Paulo e em Cascavel, no Paraná.
E na manhã desta sexta-feira, a Força Aérea Brasileira transportou 12 urnas funerárias das vítimas do acidente em Vinhedo, para o aeroporto de Cascavel.