Parlamentares da oposição observam com lupa a estratégia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de escalar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para anunciar em rede nacional o pacote de políticas na noite de quarta-feira (27).
Em meio a expectativa por parte dos agentes econômicos em torno do anúncio dos cortes de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, a divulgação da expansão da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil — e consequente taxação dos considerados “super-ricos” — foi vista como um ato eleitoreiro de “apresentação” de Fernando Haddad.
A análise feita por parte de parlamentares envolve a busca pelo entendimento se, ao escalar Haddad para o anúncio, Lula prepara o terreno para lançá-lo como candidato à sua sucessão em 2026. “No programa, só faltou a estrelinha do PT e o número”, avalia um parlamentar.
A busca por esse entendimento envolve o cenário de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e o possível lançamento de Fernando Haddad como candidato do PT à sucessão de Lula em 2026. “Se houver o entendimento de que o candidato é Haddad, aí o ministro vira vidraça da oposição”, diz um deputado.