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Lira resgata projeto do PT que proíbe delação premiada; Centrão pressiona por votação

A delação premiada consiste em o acusado ou indiciado dar detalhes sobre o crime cometido em troca de benefícios, como a progressão do regime ou a redução da pena.
(Foto: Reprodução)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), desenterrou nesta semana um projeto de lei que proíbe a delação premiada de presos.

A delação premiada consiste em o acusado ou indiciado dar detalhes sobre o crime cometido em troca de benefícios, como a progressão do regime ou a redução da pena.

O mecanismo, tido como obtenção de prova, foi usado, por exemplo, pelo coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A avaliação de deputados do Centrão é que o projeto em tramitação na Câmara poderia beneficiar a extrema-direita, que tem sido investigada por atos golpistas, por exemplo.

O texto, porém, não deixa claro se a proibição será retroativa, ou seja, se delações premiadas já validadas serão anuladas.

A proposta, agora apoiada pelo Centrão, foi apresentada em 2016 pelo advogado e então deputado do PT Wadih Damous.

À época, a então presidente Dilma Rousseff (PT) enfrentava a abertura de um processo de impeachment. Além disso, o então governo lidava com o avanço da operação Lava Jato.

Damous apresentou o texto à Câmara semanas antes da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, que citou políticos e crimes praticados no âmbito do Palácio do Planalto, do Senado Federal, da Câmara, do Ministério de Minas e Energia e da Petrobras.

O projeto prevê que uma delação premiada só poderá ser validada pela Justiça caso o acusado ou o indiciado estiver respondendo em liberdade a ações em seu desfavor.

Pedido de urgência
Na quarta-feira (5), Lira pautou um pedido de urgência ao projeto. O mecanismo permite que a pauta seja analisada pelo plenário da Câmara sem a necessidade de passar por uma comissão especial, como prevê o rito de tramitação.

O requerimento de urgência, porém, não chegou a ser votado. A ideia, agora, é que o item volte à pauta do plenário na próxima semana.

O pedido foi feito pelos deputados:

  • Luciano Amaral (PV-AL);
  • Romero Rodrigues (Podemos-PB);
  • Elmar Nascimento (União Brasil-BA);
  • Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ);
  • Altineu Côrtes (PL-RJ);
  • Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL).

    Projetos apensados
    Ao texto de Wadih Damous, apresentado em 2016, foram apensadas outras sete propostas que tratam da proibição da delação premiada de presos.

A mais recente delas foi protocolada no ano passado, por Luciano Amaral. Segundo interlocutores, a discussão da pauta será feita a partir deste projeto, uma vez que o texto de Damous é mais antigo.

Regimentalmente, quando um ou mais projetos sobre o mesmo tema são apensados a um primeiro, o mais recente tem preferência na tramitação legislativa.

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