A maior barragem de Santa Catarina, localizada em José Boiteux, no Vale do Itajaí, começou a verter pela primeira vez na história. Isso significa que o nível da água atingiu a capacidade da estrutura e começou a passar por cima dela, através do chamado vertedouro.
O vertimento da barragem foi registrado às 22h05 de sexta-feira (13) e o processo continuava às 12h deste sábado (14). A Defesa Civil de Santa Catarina afirmou que a operação é controlada e monitorada por equipe técnica. A chamada Barragem Norte fica dentro de uma terra indígena e houve confronto quando a estrutura foi fechada.
O Vale do Itajaí é a região catarinense mais atingida pelas fortes chuvas. Desde 3 de outubro, duas pessoas morreram e um bebê ficou ferido. Do total de 295 municípios catarinenses, 144 registraram algum estrago, segundo o governo do estado. Destes, 118 decretaram situação de emergência.
O governo do estado explicou que a barragem, que ficou pronta em 1992, é construída para que o excesso de água seja esvaziado do reservatório através do vertedouro. A Defesa Civil declarou que os níveis dos rios do Vale do Itajaí estão em declínio.
A barragem de José Boiteux foi fechada no domingo (8) e houve confronto dentro da terra indígena Laklanõ Xokleng. Três indígenas foram baleados. O Ministério Público Federal (MPF) vai apurar a ação policial.
A Barragem Norte é uma das três no Vale do Itajaí feitas para um controle e contenção de enchentes. Em José Boiteux, a estrutura tem capacidade para até 357 milhões de metros cúbicos de água.
Esse volume equivale ao dobro do limite das outras duas barragens na região, em Taió e Ituporanga, somadas.
Previsão do tempo
O sábado tem nuvens na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Norte. Nas demais regiões, o sol predomina. O tempo deve continuar firme, com variação de nuvens no litoral e Norte, segundo a Defesa Civil.
A chuva, porém, deve voltar no domingo (15), mas fraca. A preocupação se volta para segunda (16) e terça (17), quando a chuva deve se tornar mais intensa. Para esses dias, é esperado um acumulado de 60 a 90 milímetros, podendo passar disso nas áreas entre o Oeste e Vale do Itajaí.
Para se ter uma ideia, a média histórica para todo o mês de outubro é de até 250 milímetros de chuva no Oeste, segundo a Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições meteorológicas do estado.
Para quarta (18), não é esperada chuva volumosa.
Considerando que o solo vai se manter encharcado e os rios com níveis elevados, o risco que já está aumentado para deslizamentos e inundações tende a aumentar ainda mais ao mesmo tempo em que retornam os riscos para ocorrências associadas a alagamentos, enxurradas, vendavais e granizo.
Com informações do G1