Um casal que mora na Praia do Rosa, em Imbituba, uma das mais badaladas e visitadas de Santa Catarina, viralizou nas redes sociais ao mostrar a casa onde, quase toda feita de isopor. No vídeo mais assistido, os dois elencam as vantagens de construir um imóvel com o material.
Deise Linhares e Vinicius Marafigo são de Canoas, no Rio Grande do Sul, e vieram para a Praia do Rosa realizar o sonho de morar perto do mar.
O vídeo deles sobre os cinco benefícios da casa de isopor teve 250 mil visualizações até a noite de sexta-feira (28). Eles enumeram as vantagens como:
- Realizar o sonho de morar na Praia do Rosa
- Evitar desperdício
- Velocidade de construção – já que as paredes já vêm prontas
- Acústica – já que o isopor é um isolante de ruídos
- Temperatura – já que o isopor é um isolante térmico
Professor e coordenador de arquitetura e urbanismo, Marcelo Nogueira explica que o uso do material é comum em outros países e utilizado na construção civil há muitos anos.
Sobre o isopor como material para a casa, eles explicam. “Já tinha pesquisado muitas opções e, quando digo muitas, são muitas mesmo. Tijolo ecológico, bloco, alvenaria, madeira, tijolo plástico, contêiner e por aí vai. Mas quando conhecemos a opção do isopor, o EPS, soubemos na hora que era isso e a decisão foi bem rápida”.
Os dois se mudaram para a casa em outubro de 2023. Eles acabaram ficando no local mesmo antes de o imóvel ter portas.
“Precisávamos entregar a casa que tínhamos alugado, mas depois paramos a obra para aproveitar o primeiro verão na Praia do Rosa, e foi a melhor escolha. Agora vamos retomar os acabamentos finais”, contaram.
O casal também explicou mais sobre o material usado: “O sistema é conhecido como monolítico. São paredes de isopor com malhas de aço dos dois lados, revestidas com concreto e mais uma camada de reboco. Todas as paredes são amarradas e fixadas umas nas outras e na fundação, formando um sistema único, o que deixa a casa mais forte”.
Além das paredes, o isopor foi usado na laje do primeiro e segundo pisos da casa.
Para os dois, também houve vantagem financeira. “A tendência é que seja mais barato sim, mas sempre vai depender do projeto e das empresas. No nosso caso, ficou mais em conta do que de alvenaria comum e ficamos muito felizes com o resultado”.
“Sempre tivemos o sonho de morar na praia. Sempre ia para Floripa [Florianópolis] e pensava em morar lá. Mas quando passei um final de semana na Praia do Rosa na casa de um amigo há uns três anos soube que era ali que eu queria morar”, disse Vinicius.
Isopor como material de construção
O professor e coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Marcelo Nogueira, disse que o isopor “já é utilizado na construção civil há muitos anos. No Brasil, era mais na construção de lajes. Em outro países já é comum”.
Ele confirmou algumas das vantagens enumeradas pelo casal, como o custo, a velocidade da construção e os isolamentos acústico e térmico.
“Ela tem uma qualidade de isolamento termo-acústico. Não deixa passar o calor nem o som”, resumiu o professor. Dessa forma, a casa não perde calor quando está frio, e não deixa entrar calor quando está quente.
Um imóvel bem construído com isopor resiste a condições adversas do tempo, conforme o professor. “A resistência é a mesma de uma casa de madeira. Se tiver bem travada, ela resiste. Alvenaria é mais resistente, mas não significa que a casa de isopor vai sair voando”.
Cuidados
Apesar das vantagens, o professor chamou a atenção de que é preciso tomar algumas precauções. “Tem que cuidar com as instalações elétricas e hidráulicas, para não superaquecer e danificar o isopor”, disse.
Na hora de construir, é preciso procurar mão de obra especializada. “Normalmente, você contrata empresa para montar para você”, declarou.
Também é preciso ficar atento com prateleiras. “Você não vai poder pendurar prateleiras livremente. Vai precisar pensar, para que o material possa aguentar. Você pode parafusar e pode cair. Não tem a mesma profundidade e resistência de um tijolo”.
Uma outra preocupação deve ser com o calor excessivo. “O EPS pode derreter. Um vidro que está refletindo e está jogando uma irradiação concentrada, pode dar esse problema. Cuidado também com infiltração. No isopor, depois perde propriedades, vai apodrecer, vai ter que fazer manutenção”, relatou.