Em uma semana, as cidades gaúchas registraram mais de R$ 559,8 milhões em prejuízos financeiros decorrentes dos temporais que assolam o estado. As perdas se somam à tragédia humanitária no Rio Grande do Sul, que já registra 83 mortes, 111 desaparecidos e 276 feridos.
O dado foi divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e diz respeito ao período entre 29 de abril e 5 de maio. Para a entidade, o número está subestimado, visto que se refere apenas aos danos já levantados e disponibilizados por 19 municípios, sendo que 336 foram atingidos em algum nível pelos temporais.
O ciclone extratropical que atingiu o estado em setembro do ano passado causou mais de R$ 3 bilhões em prejuízos financeiros — além de 51 mortes. A CNM, que cobra a gestão federal por recursos aos municípios para combate de eventos extremos, diz que o governo prometeu R$ 741 milhões, mas repassou apenas R$ 81 milhões na ocasião.
Até a última sexta-feira (3), a estimativa de prejuízos pela CNM estava em R$ 275 milhões, com a maior parcela concentrada no setor privado.
O Palácio do Planalto e o Congresso Nacional dão início, nesta segunda-feira (6), a uma série de reuniões com lideranças partidárias para articular medidas emergenciais de auxílio na assistência e na reconstrução do estado. A ideia é construir um novo “orçamento de guerra”, aos moldes do que foi feito durante a pandemia, em 2020.
Em 2023, eventos extremos relacionados às mudanças climáticas, como as chuvas que assolam o Rio Grande do Sul, deixaram — além de mortes, feridos e rastros de destruição Brasil afora — cerca de R$ 105,4 bilhões em prejuízos financeiros.
Deste valor, R$ 72,6 bilhões dizem respeito ao setor privado; R$ 23,8 bilhões, ao público; e R$ 8,8 milhões foram prejuízos materiais. A agricultura contabilizou a maior parcela das perdas, cerca de R$ 53 bilhões em perdas — mais da metade do total. Confira as cifras de demais áreas:
- Agricultura: R$ 53,6 bilhões em prejuízos (50,8%)
- Pecuária: R$ 15,3 bilhões (14,5%)
- Sistema de transportes: R$ 10,9 bilhões (10,3%)
- Abastecimento de água potável: R$ 10,8 bilhões (10,2%)
- Obras de Infraestrutura: R$ 3,9 bilhões (3,7%)
- Habitação: R$ 3,5 bilhões (3,3%)
- Comércios locais: R$ 1,7 bilhão (1,7%)
- Indústria: R$ 1,6 bilhão (1,6%)
Segundo o levantamento, R$ 53,7 bilhões foram perdidos como resultado de secas e estiagens, enquanto as perdas por chuvas representaram R$ 51,4 bilhões. Outros tipos de desastres somaram R$ 257 milhões no ano passado.