PSD busca “reconhecimento” do governo Lula e espera por ofertas de Gleisi

Partido não tem uma demanda específica em relação às pastas na Esplanada dos Ministérios.
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em meio à expectativa em torno de uma reforma ministerial, o PSD espera maior “reconhecimento” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo fontes ouvidas pela CNN, o partido não tem qualquer pasta específica como demanda, mas as lideranças querem ser recebidas e ouvir ofertas da gestão petista para manter-se como base sólida dessa gestão.

Segundo pessoas próximas ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, o partido tem entregado, “proporcionalmente, mais votos” do que outros partidos ao centro, como MDB, Progressistas e União Brasil — que têm se comportado de maneira mais imprevisível nas votações de interesse do governo no Congresso Nacional — e são “agraciados” com postos e indicações de mais prestígio.

O PSD tem três ministérios no governo Lula: Minas e Energia, Pesca e Aquicultura, e Agricultura e Pecuária, mas espera postos de maior destaque. Porém, no jogo de cadeiras na Esplanada, o partido não deve perder quaisquer uma das três pastas.

A expectativa de lideranças do partido envolve um diálogo centralizado com a nova ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Anteriormente, as conversas e acordos firmados eram difusos, já que Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, antecessor de Gleisi, tocavam as articulações de forma paralela.

De acordo com aliados de Kassab, o partido não tem uma demanda específica em relação às pastas na Esplanada dos Ministérios. As lideranças querem ouvir o que o governo estaria disposto a oferecer para o partido continuar entregando votos na Câmara dos Deputados.

Uma votação citada como exemplo foi o pacote de revisão de gastos proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando o partido entregou 34 votos a favor das medidas — foram seis votos contra e uma abstenção.

Apesar de 36 deputados do União Brasil terem votado a favor da proposta, 23 parlamentares do partido posicionaram-se contra o projeto.

Um dos exemplos envolveu o apoio do governo ao candidato do Progressistas, Hugo Motta (PB), à presidência da Câmara e a indicação do partido à presidência da Caixa Econômica Federal, além da chefia do Ministério do Esporte. Já o União Brasil fora agraciado com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, a Codevasf. Já o MDB tem cargos em ministérios-chave, como o Planejamento e Orçamento, e Cidades.

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